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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Saiu n'O Povo - II
Para quem não viu, agora foi o texto "EM BOAS MÃOS" que saiu na edição online do Jornal do Leitor d'O Povo (na seção "crônicas").
Você pode lê-lo no link ou conferir no: http://www.opovo.com.br/app/jornaldoleitor/noticiassecundarias/cronicas/2013/12/16/noticiajornaldoleitorcronicas,3177608/em-boas-maos.shtml
Em tempo, o "SAUDADE DE UM TEMPO DOS OUTROS" continua na capa :)
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Saiu n'O Povo - I
Para quem não viu, o texto "SAUDADE DE UM TEMPO DOS OUTROS" foi capa (1º artigo) no Jornal do Leitor, do Jornal O Povo, edição online.
Você pode lê-lo no link ou conferir no: http://www.opovo.com.br/app/jornaldoleitor/noticiassecundarias/artigos/2013/12/11/noticiajornaldoleitorartigos,3175538/saudade-de-um-tempo-dos-outros.shtml
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Saudade de um tempo dos outros
(Carlos Costa, Una visione onirica, quase mistica...) |
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É possível sentir saudade do que não se conheceu? Ficar nostálgico por um
tempo não vivido?
Vendo as cenas do último final de semana, da batalha nas arquibancadas
envolvendo as "torcidas" de dois times de futebol, lembro meu pai me
contando das suas idas aos estádios de Recife e Juazeiro na sua adolescência, e
meus olhos brilham. De saudade.
Ele sempre gosta de lembrar como eram bons aqueles tempos, em que as
torcidas diferentes se sentavam lado a lado, compartilhavam caronas,
brincadeiras e gozações - todos no mais estrito respeito, sabedores de que
aquilo não passava de diversão e não deveria, nunca, ser encarado como questão
de vida ou morte. Aliás, isso sequer passava pela cabeça dos espectadores
àquela época: a banalização da violência em estádios de futebol.
Lembro suas histórias de grandes amigos que torciam para outros times:
algo impensável hoje em dia, ele os acompanhava nos jogos de seus times. E era
por eles acompanhado também. Hoje em dia, é capaz de uma cidadezinha com vinte
e dois habitantes do sexo masculino contar com dois times de futebol. Rivais.
Inimigos mortais.
Meu velho sempre me conta, saudoso, o começo do fim: o momento em que,
recém-chegado à capital alencarina, foi assistir a um jogo de uma equipe local
contra o Flamengo. De Zico! Para sua zica (espero não ser apedrejado por esse
trocadilho tão infame), calhou de entrar pelo portão errado.
Sejamos francos: quem não queria ver um jogo dele? Vamos, admita!, é como
ver um jogo do Messi hoje em
dia. Tá , não quero ser linchado por falar em um argentino: um
jogo do Neymar. Opa, também serei vítima de agressões tão violentas como esse
franzino jogador? Melhor parar de fazer comparações, então.
O problema é que a transformação do futebol em momento ideal para
extravasamento de ira, frustrações e decepções com tudo da vida havia começado
naquele início dos anos oitenta. E meu pai não sabia.
Vestido de vermelho e preto, saiu do estádio sob escolta policial, com
medo, assustado, sem entender aquela irracionalidade coletiva. Mas, acima de
tudo, com saudade de um tempo que, recém-abandonado, já lhe parecia tão longe.
Isso, então, me faz voltar à questão inicial: posso ter saudade disso
também, antes que seja (se é que já não é) tarde demais?
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
About me
(Rian Fontenele, O real sempre nos roerá #22) |
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Sempre suspeitei disso, mas hoje tive a confirmação: não sei me definir.
Não sei se devo ir pra um psicólogo, pra um psicanalista, pra baixa da
égua ou catar coquinho, mas, acima de tudo, descobri hoje que não sei me
definir.
Pediram para eu mandar algumas informações pessoais para que fossem
inseridas no site de um evento em que serei o mediador (I Simpósio de
Literatura Cearense, vamos?). Isso foi duas e meia da tarde. Parecia algo
simples, um parágrafo só, jogo rápido.
Mas só consegui enviar o texto dez da noite. Foi difícil escolher o que
citar, o que esconder, o que ressaltar.
Digo que torço São Paulo, que escuto rock desde criança, que gosto de ler
e escrever, que tive muitos contatos virtuais com os quais me correspondia via
carta – mural da turminha da Mônica, bate-papos do ZAZ, Terra, UOL, ICQ? Digo
que namoro há mais de cinco anos com uma mulher sensacional, linda, carinhosa e
que só ela pra me entender do jeito que sou (tá, sem mais propagandas)?
Digo que gosto de café, cerveja, viajar, o mar? Digo que escuto Falcão,
que nunca usei drogas (nunca botei nem mesmo um cigarro na boca), que era
primeiro de sala e, por muito tempo, fui café com leite? Digo que já colei,
pesquei, fui pra aula de ressaca e já discuti com os amigos por besteira?
Digo que meus amigos não aguentam mais minhas piadas, enquanto muitas
outras pessoas me acham tão sério? Digo que alguns me acham um jovem velho,
outros um velho jovem, e aqueloutros não têm nenhuma opinião formada a
respeito?
Digo? Ou escondo? Mas isso fala alguma coisa sobre mim?
Sobre mim... Eu nunca soube o que colocar nesse campo em branco em perfis
de redes sociais! Por isso que sempre ponho a citação: “odeio o escritor que me
diz tudo”. Anotei-a há muito tempo em uma caderneta (digo que mantenho uma
caderneta com anotações importantes – ou não tão importantes assim – há alguns
anos?), acompanhada de sua autoria, M.A.
Acho, então, que foi o Machado de Assis quem escreveu isso – mas, se eu
não sei nem quem sou, como é que vou ter certeza de quem escreveu ou disse uma
simples frase?
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