Ante o ocorrido recentemente na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, em que professores da rede estadual foram agredidos por policiais do Batalhão de Choque - presentes, olhem só!, para garantir a paz e a ordem (e, por que não dizer?, manter o status quo) -, em uma clara releitura do período ditatorial (ou, como pretendem alguns, da ditabranda brasileira), concluí simplesmente que o Exmo. Sr. Governador do Estado deu aos manifestantes apenas o que eles queriam. Afinal...
Quem conseguiria passar a vida em uma sala de aula, em condições insalubres, ensinando crianças malcriadas (e que chegam a proferir ameaças - algumas vezes cumpridas), armadas, desinteressadas, vítimas da sociedade e de sua própria família, que refletem seu desprazer e suas desesperanças no ambiente escolar? Os professores o fazem.
Quem conseguiria manter uma rotina estafante, bem superior às quarenta horas semanais da maioria dos trabalhadores brasileiros, trabalhando em dois, até três ambientes diferentes, para, aí sim, poder adquirir o seu próprio sustento ao final do mês - incompatível com a carga horária exercida? Os professores o fazem.
Quem conseguria ver o seu trabalho, essencial para o desenvolvimento da sociedade, ferramenta indutora do futuro da Nação (e do mundo), cada vez mais desprezado e desestimulado? Os professores o fazem.
Quem conseguiria aguentar calado a sociedade o culpando pela falha de outrem? Os professores o fazem - "a culpa desse menino ser assim é da escola, que não faz nada".
Ora, é fácil concluir, portanto, que os professores são masoquistas - e o Sr. Governador, tão atento aos anseios da sociedade que o elegeu como seu representante, deu aquilo de que eles tanto devem gostar: sofrimento.
É, Governador Cid, uma hora dessas, seus mestres em Sobral devem estar orgulhosos do seu antigo, mas eterno, pupilo.
Quem conseguiria passar a vida em uma sala de aula, em condições insalubres, ensinando crianças malcriadas (e que chegam a proferir ameaças - algumas vezes cumpridas), armadas, desinteressadas, vítimas da sociedade e de sua própria família, que refletem seu desprazer e suas desesperanças no ambiente escolar? Os professores o fazem.
Quem conseguiria manter uma rotina estafante, bem superior às quarenta horas semanais da maioria dos trabalhadores brasileiros, trabalhando em dois, até três ambientes diferentes, para, aí sim, poder adquirir o seu próprio sustento ao final do mês - incompatível com a carga horária exercida? Os professores o fazem.
Quem conseguria ver o seu trabalho, essencial para o desenvolvimento da sociedade, ferramenta indutora do futuro da Nação (e do mundo), cada vez mais desprezado e desestimulado? Os professores o fazem.
Quem conseguiria aguentar calado a sociedade o culpando pela falha de outrem? Os professores o fazem - "a culpa desse menino ser assim é da escola, que não faz nada".
Ora, é fácil concluir, portanto, que os professores são masoquistas - e o Sr. Governador, tão atento aos anseios da sociedade que o elegeu como seu representante, deu aquilo de que eles tanto devem gostar: sofrimento.
É, Governador Cid, uma hora dessas, seus mestres em Sobral devem estar orgulhosos do seu antigo, mas eterno, pupilo.
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