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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Seleção natural


Sabe o que me impressionam? Os peixes. Sério, eles servem pra quase tudo. São deliciosos (eu, como um bom gourmet, haveria de começar com esse aspecto - desculpem-me os vegans, mas tudo que vem do mar empata na liderança das atrações gastronômicas com churrasco mal-passado; pois é, sabe aqueles que, de tão crus, você escuta gritar seu nome a cada garfada? Sensacional!); entretem; ornamentam; servem como presentes; não dão trabalho; e, principalmente, empregam-se em qualquer situação. Principalmente analogias e metáforas.
Os peixes servem como tradutor! - quem leu "O Guia do Mochileiro das Galáxias" confirma essa informação facilmente (quem não leu, não precisa passar da trilogia de cinco - recentemente lançaram o volume seis, escrito por outro que não o Douglas Adams, esse eu dispenso). Uma dica: nunca despreze a validade de um "Guia do Mochileiro das Galáxias"; ou vai me dizer que você nunca ouviu falar no dia da toalha (25 de maio)? Não? Será que sou tão nerd assim?
No Brasil, o peixe serve para descrever o time do maior jogador de futebol de todos os tempos - e você não tem ideia de como me doi escrever isso, são-paulino que sou (ainda bem que, a despeito de havermos igualado em títulos continentais, tenho mais mundiais. Pelo menos atualmente).
No mundo britânico, o peixe serve como um dos ingredientes principais de um dos mais tradicionais pratos de sua culinária: o fish 'n' chips (que, com a sua mistura peculiar e o 'n', sempre me lembra o Guns 'N' Roses).
Mas, principalmente, os peixes servem como analogias. E metáforas.
Quem nunca foi um peixe fora d'água? Há quem fique peixe numa situação qualquer; há, no entanto, quem morda a isca - e é desses que trato agora.
Já diria o grande mestre (ou doutor, ou bacharel, ou esculhambador) Falcão: homem é homem, menino é menino. Daí decorre o corolário: homem que não age como homem não se pode dizer homem. Aí entramos num sério problema da evolução humana.
Aprendemos com a tia Inês de Ciências que os peixes evoluíram até chegar ao Homo sapiens (tá, pulei algumas etapas, mas nunca fui muito bom mesmo nisso). No entanto, por se tratar de evolução, Darwin pode me confirmar que alguns vestígios sempre restam (afinal, o tempo, no quesito evolutivo, corre bem mais lento que no quesito cronológico humano - a não ser que você seja do sexo feminino e tenha mais de vinte e cinco anos). Um desses traços vestigiais, felizmente, diz respeito ao fato de escorregar. Sim, escorregar.
O homem, quando não age como homem (olha o Falcão aí!), se pressionado, a tendência é, fatalmente, escorregar. E ele escorrega. Ou então entretem; ornamenta; serve como presente; não dá trabalho; e, principalmente, emprega-se em qualquer situação. E, então, é um mero menino. Esperando evoluir.

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