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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Filosofia de boteco

"Dinheiro não é tudo, mas é 100%", disse (e repete) o filósofo pseudobrega - ou seria pseudofilósofo brega? - cearense Falcão, o cantor arquitetônico mais joiado de terras alencarinas. Não pretendo, aqui, reproduzir a letra da música; basta googlar e, voilà!, surgem milhares (ões?) de páginas eletrônicas com as suas lyrics. Quero, sim, discutir essa máxima, que é o máximo.
Não sejamos hipócritas: todos nós desejamos mais dele. Afinal, clichês à parte, é ele que move o mundo. A diferença, fundamental, é a destinação que cada um deseja dar a ele. E eu preciso dizer que não falo do Falcão?
Há aqueles para quem o dinheiro é tudo; deles, eu tenho pena. Sim, somente pena, já que este é o sentimento mais baixo que se pode ter por outrem. Baixeza de espírito com baixeza de tratamento se paga - opa, é perigoso falar em pagamento com essas pessoas; vai que elas desejam receber em dinheiro vivo...
Há, ainda, aqueles para os quais "money, get away!". Desses, eu rio. Como pretendem sustentar e dar asas aos seus sonhos mais loucos? Juro que não sei; e ouso completar: nem eles. Só sei que, um dia, eles mesmos olharão para trás e rirão de tudo.
Por isso que o deial mesmo é defender que o "dinheiro não é tudo, mas é 100%": é 100% quando se trata da sua sobrevivência e da dos outros; é 100% quando você se preocupa com os demais; é 100% quando ele financia a sua felicidade, a de quem o cerca e a de quem não o cerca - mas sem qualquer esbanjamento, desperdício nem luxo desmedido.
Mas, infelizmente, isso é o ideal - ou seja, está somente no plano das ideias. A realidade é diferente; e, nela, "money, que é good, nós num have".
* * *
Em tempo: busque as letras de músicas citadas ao longo do texto. Com algumas, você vai apenas se divertir; com outras, se deliciar. E não há riqueza mais prazerosa do que a proporcionada aos nossos ouvidos.

(Texto publicado na 7ª edição da Revista Preto no Branco)

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